Em pronunciamento, o político destituiu o comandante do Exército, Juan José Zuñiga, que foi preso suspeito de arquitetar as ações golpistas.
Antes de assumir a presidência do país, em 2020, Arce chegou a ser ministro da Economia e Finanças durante o governo de Evo Morales, com quem tinha uma relação de amizade.
Como ministro, ele conseguiu não só reduzir a inflação e viver um boom econômico, mas também reduziu significativamente a pobreza.
O político era considerado o “pupilo” do ex-presidente boliviano, mas a aliança entre eles foi rompida por causa das eleições presidenciais de 2025.
A legenda governista que Morales lidera afastou o atual presidente boliviano por ele se recusar a participar do congresso do (MAS), encontro no qual foi proclamado o novo candidato à presidência.
A caminho do governo
Nascido La Paz, em 1963, Arce estudou economia na Bolívia, fez mestrado no Reino Unido e no retorno ao país começou a trabalhar como funcionário público no Banco Central da Bolívia (BCP), onde ocupou diferentes cargos, segundo a BBC.
Ele também se dedicou ao ensino e ministrou diversos cursos em universidades, incluindo Harvard, Columbia e a Universidade de Buenos Aires.
Arce destacou que, ao longo desse período, entre os anos 1980 e 1990, manteve suas ideias socialistas, apesar do consenso neoliberal prevalecente na política e na academia da Bolívia.
Por isso, o acadêmico fez parte de grupos de análise política, com diversas publicações em revistas especializadas.
Embora se declarasse de esquerda na época, ele não era considerado um marxista ortodoxo ou um militante comunista tradicional. Durante esses anos, ele foi dando cada vez mais importância ao estudo da macroeconomia.
Em 2006, durante o governo Morales, Arce assumiu pela primeira vez a pasta de economia.