Segundo a entidade, R$ 1,1 bilhão é apenas na agricultura, enquanto na pecuária os danos chegam a R$ 61 milhões.
Os dados são parciais, uma vez que nem todos os municípios conseguem contabilizar as perdas e inserir as informações no sistema da CNM.
Ao todo, 397 Municípios foram reconhecidos pelo governo federal em Estado de Calamidade Pública. De acordo com a confederação, a maioria dos Municípios que registraram seus decretos de anormalidade começaram a informar os valores dos danos e prejuízos, considerando que o nível da água já começou a abaixar em algumas localidades.
A tragédia já soma 116 mortes confirmadas e 146 desaparecidos.
Prejuízos no campo
Arroz: antes das chuvas começarem no Rio Grande do Sul, o estado estava finalizando a colheita do cereal. Os gaúchos são os principais fornecedores do grão para o país, responsável por cerca de 70% da produção.
A estimativa é de que cerca de 114 mil toneladas de arroz foram perdidas nas enchentes, correspondendo a uma área plantada que está há dias submersa pelas águas: um total de 22,9 mil hectares, localizados na região Central do estado.
Antes da tragédia, a previsão era de que o estado colhesse 7,475 milhões de toneladas de arroz, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Mas novas estimativas do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) preveem que a colheita deve ser um pouco menor, em torno de 7,149 milhões de toneladas, considerando os estragos das enchentes e outros efeitos do El Niño.
O RS é o segundo maior produtor da leguminosa do Brasil e, no 1º trimestre, foi o responsável por manter em alta os níveis de exportação, após a seca enfrentada pelo Centro-Oeste.
A destruição das lavouras de soja no Rio Grande do Sul pode elevar não só os preços do óleo, como os das carnes de frango e de porco, dizem consultorias do setor. É que o farelo do grão é a principal base proteica da ração destes animais.
Antes das chuvas começarem, ainda faltava o estado colher cerca de 30% da safra, aponta Matheus Pereira, da consultoria Pátria Agronegócios, que presta serviços à Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil).
A expectativa era de que o estado colhesse cerca de 20 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Carnes de frango e porco: dez unidades frigoríficas do RS foram prejudicadas pelas chuvas, mas a maior parte já retomou “parcial ou totalmente as atividades”, sendo que duas seguem paralisadas, anunciou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A região é responsável por 11% da produção nacional de carne de frango e de cerca de 20% da produção de carne suína, das quais o Brasil é, respectivamente, o primeiro e o quarto exportador mundial.