No primeiro episódio do quadro Negritudes, o Fantástico recebe três ícones da dramaturgia e da cultura negra brasileiras. Zezé Motta, Tony Tornado e Antonio Pitanga falam sobre as carreiras e a ancestralidade. E depois dos 80 anos, continuam na ativa e trabalhando muito.
Zezé Motta completou exatas oito décadas de vida nesta semana. Ela se junta a Pitanga, com 85, e a Tony, com 94 anos. Suas diferentes trajetórias tiveram um ponto de união – o filme Quilombo, de Cacá Diegues, em 1984. Lá, Zezé foi “Dandara”; Tony, “Ganga Zumba”; e Antonio, além de viver “Acaiuba”, foi o diretor do elenco.
Antes de ser o Ganga Zumba, Tony foi o Confort na vida real. Quando viveu nos EUA 50 anos atrás, ele encontrou um meio inesperado de sobreviver: sendo cafetão. Assim, viveu seus dias no Harlem, um dos bairros mais inseguros de Nova York. E na cidade norte-americana – relembra – conheceu um certo Sebastião, que viria a ser conhecido como o grande Tim Maia.
Zezé, por sua vez, assumiu o cabelo Black Power – que Tony também cultivou – depois do espetáculo Zumbi dos Palmares. E o utilizou em Xica da Silva, também de Cacá Diegues, cujo papel principal marcou a carreira da atriz. Mas depois, por obra de Antonio Pitanga, os dois se encontraram em Quilombo.
Pitanga comemora a reunião com seus dois ex-companheiros de cena em Quilombo. E exalta as carreiras dos três, ainda na ativa.
“Nós estamos de pé como o Brasil está de pé! Porque o Brasil come, dança, ri uma cultura que veio da Mãe África, e nós somos essa cultura. Por isso que nós não estamos arqueados. Estamos inteiros, rindo”, sorri.
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