A mentira de que a Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul impediu a entrada de doações no estado por conta de falta de notas fiscais foi um dos conteúdos sobre a tragédia gaúcha mais compartilhado em grupos de WhatsApp e Telegram, aponta um relatório da empresa Palver, que monitora mais de 70 mil grupos e canais nessas plataformas.
O levantamento foi feito entre os dias 29 de abril e 7 de maio em 68 mil grupos de WhatsApp e 3,2 mil canais do Telegram. Foram levadas em consideração mensagens que citavam rio Guaíba, crise, inundação, enchente, Rio Grande do Sul, chuva, desastre, Eduardo Leite e alagamento.
“Apesar do comunicado da Defesa Civil que desmente a informação, o tema atingiu mais de 39 mil exibições aos usuários”, aponta a Palver.
Em relação ao governador do Eduardo Leite (PSDB), há conteúdos com ofensas homofóbicas. Em um dos vídeos encaminhado com frequência, um usuário critica a postura e roupas usadas por Leite ao pedir doações para as vítimas da tragédia.
“O governador do Rio Grande do Sul não sei se vocês sabem não gosta de mulher, não tem uma mulher dentro de casa. Um homem que não tem uma mulher dentro de casa não tem nada. O cara não tem família, como vai governar o Rio Grande do Sul?”, diz o vídeo.
Segundo o levantamento, a quantidade de menções ao presidente Lula também supera em alguns dias as postagens com informações de Pix e doações para as vítimas das enchentes
Polícia Federal
A Advocacia-Geral da União (AGU), a Polícia Federal e a Secretaria Nacional do Consumidor também estão integradas à força-tarefa.
A Polícia Federal informou na quarta-feira (8) que abriu o inquérito pedido pelo governo federal para apurar a divulgação de conteúdos falsos a respeito das enchentes no Rio Grande do Sul. O pedido de investigação foi anunciado na terça-feira (7) pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.