Luzes de leds, confetes, pirotecnia e paredões de som. As festas mais populares da Amazônia têm sua própria estética, reinventam a linguagem do universo pop e fazem emergir, da periferia do Pará para o mundo, uma das cenas mais autênticas e vibrantes do Brasil, que será celebrada de 27 a 30 de maio, em Belém. O inédito Festival de Tecnobrega e Aparelhagem, que acaba de ser lançado, surge como um novo marco na região Norte: é a primeira vez que produtores, DJs, artistas, pesquisadores e empresários do mercado se reúnem para debater questões sobre esse universo tão importante para a cultura contemporânea da música.
O evento terá três dias gratuitos de fórum no Palacete Faciola, de 27 a 29 de maio, com 6 mesas de debate e 4 oficinas com acesso gratuito. No dia 30, a grande festa ocupa Palácio dos Bares e leva um palco flutuante para meio do rio Guamá, com DJs, bandas e aparelhagens além de uma exposição inédita sobre tecnobrega e aparelhagem no Museu da Imagem e do Som de 27 de maio até julho.
A primeira edição do fórum vai trazer para os holofotes grandes nomes do mercado do brega, desde produtores, empresários, músicos, até aparelhagens e artistas, para falar sobre suas experiências na construção desse mercado. Os debates e oficinas gratuitos ocorrerão nos dias 27, 28 e 29. As inscrições serão abertas em breve, pelas redes sociais do Festival.
Esta é a primeira vez que esses grandes nomes do brega são convidados para compartilhar seus conhecimentos e experiências num evento inteiramente dedicado ao setor das festas de aparelhagem. “Vamos conversar com as pessoas que deram origem à cultura de aparelhagens. Vamos promover o encontro dos donos de aparelhagens, com artistas que fazem sua carreira, e os DJs para dialogar e trocar experiências sobre essa cena que é tão potente, e entender os gargalos que existem. Também para entender como o tecnobrega pode se colocar como gênero musical do Brasil inteiro. A gente já teve a Gaby Amarantos, que ganhou Grammy com um álbum de tecnobrega; tem a música da Joelma, a Voando Pro Pará; a Manu Bahtidão; a Pablo Vittar, que lançou um segundo álbum de tecnomelody; a Anitta já foi gravar clipe em aparelhagem. Existe interesse do público externo por essa cena, e o festival é uma forma da gente contribuir para essa cena se potencializar”, destaca Zek.
Pesquisador, produtor musical e curador do festival, com uma experiência de quase 10 anos na cena paraense, Zek espera que o espaço sirva para que todos possam dividir experiências e buscar soluções. Todos os debates serão gravados e disponibilizados posteriormente para o público e pesquisadores.
“É uma cena bastante orgânica e popular, onde cada um vai fazendo o seu trabalho. Dificilmente se reúnem para pensar as coisas juntos. O Psica é uma produtora que conhece e reverbera a cultura das aparelhagens, e como eles reconhecem o papel do Psica no movimento, todo mundo vem conversando. A vontade deles é de compartilhar e contar a própria história. Está todo mundo muito ansioso, para contar as suas vivências, as suas versões, porque uma cena tão rica como essa não tem uma versão, são várias versões. Queremos apresentar o máximo de falas e de pontos de vista”, diz.
Entre os temas que serão debatidos no Festival, estão “As origens do Tecnobrega”, “Da pirataria ao streaming”, “como o Tecnobrega mudou o negócio da música”, “No passinho do caqueado”, “Encontro de Aparelhagens”, “Do controlista ao DJ”, “Como é o corre das divas do Tecnobrega?”, “Qual o futuro do Tecnobrega?”.
Já as oficinas irão abordar temas como “Produção de beats com David Sampler”, “Workshop de Tecnobrega”, com Zek Picoteiro, “Pintura de faixa”, com Bill e “Dança”, com “Potentes do Brega”. A programação conta compositores, artistas, produtores musicais do mercado de tecnobrega e aparelhagem do estado do Pará.
O Festival tem patrocínio da Budweiser através da Lei Semear, Fundação Cultural do Pará, Secretaria do Estado de Cultura e Governo do Pará. O evento tem realização da Psica Produções do Instituto Regatão.
O encerramento do festival contará com uma grande festa no Palácio dos Bares e em uma balsa no meio do Rio Guamá, que terá a apresentação de uma aparelhagem do interior do Estado. A festa terá a venda de ingressos antecipadamente. As atrações ainda serão divulgadas. “A cultura de aparelhagem é essencialmente ribeirinha. Ela vem de Abaetetuba, Capanema, do Marajó, de Bragança, Capanema. Ela acontece forte no interior. Por isso, vamos montar uma aparelhagem do interior do Pará, de Vigia, com shows de artistas de tecnobrega no meio da baía”, destacou Zek.
Em seguida, a festa continuará na casa de show Palácio dos Bares, onde haverá uma série de aparelhagens e artistas. “Vamos fazer como se fosse a linha do tempo da história do tecnobrega e das aparelhagens, indo desde as mais antigas. Haverá uma batalha de aparelhagens, artistas que são os novos nomes, e aparelhagens que estão fazendo muito sucesso neste momento. Tudo dentro do Palácio dos Bares, que é a casa de show mais antiga em atividade em Belém”, conta Zek.
Festival de Tecnobrega e Aparelhagem
Quando
Oficinas e Mesas – de 27 a 29 de maio
Shows – 30 de maio
Onde
Mesas e oficinas – Centro Cultural Palacete Faciola (Av. Nª Sra. de Nazaré, 138 – Nazaré)
Shows – Palácio dos Bares e Balsa no Rio Guamá (Av. Bernardo Sayão – Cidade Velha)
Quanto
Lote Promocional para os shows do dia 30: R$ 35
Lote Único para os shows do dia 30: R$ 50
Os debates e oficinas gratuitas ocorrerão nos dias 27, 28 e 29. As inscrições serão abertas em breve, pelas redes sociais do Festival.