Gabriel Galípolo, que foi indicado pelo governo Lula para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central — Foto: Pedro França/Agência Senado
Se for indicado para a função, Galípolo precisa ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Em seguida, deve ter seu nome aprovado pelo plenário da Casa. A votação é secreta.
Senadores ouvidos pela Globonews avaliam que a proximidade entre Galípolo e Lula deve ser explorada numa eventual sabatina. Assim como a capacidade de “suportar pressão política” para manter a autonomia do Banco Central.
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Aprovação no Senado
Embora apostem em placares diferentes, governistas e parte da oposição acreditam que o nome de Galípolo receberia o aval do Senado, se for indicado.
Alguns lembram que se até o nome do atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que sofria muitas resistências pela oposição, foi aprovado, o de Galípolo também seria.
O termômetro é o placar de 39 votos favoráveis a 12 contrários que Galípolo alcançou quando foi indicado para a diretoria do Banco Central, em julho do ano passado. Há quem aposte em um placar mais folgado, de até 45 a 50 votos.
Segundo um parlamentar da oposição, os senadores que reprovariam o nome de Galípolo por suposta interferência política ou proximidade à Lula “não chegam a 30” entre os 81 parlamentares.
“Eu, por exemplo, sou oposição ao PT, mas votaria a favor sem problema. A prerrogativa é do presidente da República”, disse um líder reservadamente.
Resistência
Já o senador Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), diz que a indicação de Galípolo “precisa sofrer resistência de todos os senadores que tenham um mínimo de noção de economia e bom senso”.
“Não por causa dele [Galípolo], talvez, mas da maneira que Lula tem encarado o trabalho do Banco Central no controle da política monetária. Ele certamente vai forçar a barra para que o indicado dele obedeça suas ‘ordens’. O que pode baixar artificialmente a taxa básica, mas tem as péssimas consequências que sabemos”, avaliou.
Também da oposição, o senador Izalci Lucas (PL-DF) diz que “haverá muitos questionamentos” e que “o próprio Lula criou uma situação ruim” e “um ambiente que traz desconfiança” para a autonomia do órgão.
“Vai depender das respostas, da forma como ele [Galípolo] vai se comportar na comissão e no plenário”, disse Izalci. Na avaliação do senador, se a indicação fosse feita agora, a resistência seria ainda maior, devido às situações recentes que envolvem o governo e o Banco Central.
A avaliação de alguns senadores é que a indicação do próximo nome para a presidência da autoridade monetária deve sair depois das eleições. Um parlamentar, reservadamente, acredita que, passado o período eleitoral, “tudo se acalma” e a aprovação será mais fácil.