O número de mortes confirmadas no Rio Grande do Sul em razão dos temporais que atingem a região nas últimas semanas já superou o somatório de mortes registradas em 30 anos, no mesmo estado, considerando todos os desastres naturais.
O número já é 34,8% maior que as 101 vítimas fatais de desastres naturais no Rio Grande do Sul entre 1991 e 2022 – a íntegra da série histórica disponível no Atlas Digital de Desastres do Brasil. A ferramenta é abastecida pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
Diferentemente dos dados atuais, os números da série histórica levam em conta desastres não relacionados às chuvas – secas, incêndios e ondas de frio, por exemplo.
No Atlas Digital de Desastres no Brasil, é possível obter números nacionais sobre o tema e informações segmentadas por estado ou município.
Lançado no ano passado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR), o site se baseia em levantamentos da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), do MDR. O primeiro ano de referência é 1991 e o último ano da série histórica é 2022.
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Desabrigados são o dobro da série histórica
De acordo com o Atlas, no período de 2016 e 2022, aproximadamente 101 mil pessoas ficaram desalojadas por causa de desastres no Rio Grande do Sul.
No caso das chuvas intensas das últimas semanas, o número foi de 339,9 mil pessoas fora de casa, ou seja, mais que o triplo do registrado nesse período de quase sete anos.
O maior número de desabrigados e/ou desalojados por desastres em um único ano até então (na série histórica) foi em 2015, com 153 mil.
Os desastres classificados no portal são:
- alagamentos
- enxurradas
- chuvas intensas
- erosões
- estiagem e seca
- granizo
- inundações
- movimento de massa
- incêndios florestais
- ondas de frio
- onda de calor e baixa umidade
- tornados
- vendavais e ciclones
- outros
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