A preocupação é que a nomeação termine de vez por polarizar e politizar a situação no Rio Grande do Sul em um momento em que o país pede união e reconstrução – lema do governo federal.
Nas palavras de um petista da cúpula do partido, Pimenta é “o homem errado na hora errada para o RS” porque é pré-candidato ao governo do Estado e também ventilado para o Senado.
O temor é que ele transforme as ações no Estado em vitrine eleitoral.
Pimenta é gaúcho e deputado federal do PT eleito pelo estado. Ele deixa o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República para assumir a nova função no governo.
Paulo Pimenta e governador Eduardo Leite — Foto: Divulgação/Governo RS
Petistas ouvidos pelo blog afirmam que seria melhor um nome “neutro”, como Geraldo Alckmin, que já foi governador, tem experiência e não tem pretensões políticas no Estado- além de ter autoridade por ser vice-presidente.
Nos bastidores, petistas mais pragmáticos têm avaliado que a reação à crise no Rio Grande do Sul não permite erros do governo federal principalmente por causa do ambiente de radicalização que se instala com fake news e críticas antigovernamentais. E que o governo deve ajustar a comunicação.
Na manhã desta quarta-feira (15), Pimenta divulgou um vídeo na rede social ‘X’ falando sobre a situação do Rio Grande do Sul e o trabalho que pretende desenvolver.
“Reafirmar a nossa disposição de colaborar, de contribuir com o governo do estado, com as prefeituras, com a sociedade gaúcha nesse momento dramático que vive o nosso estado. Vai exigir de todos nós um imenso esforço de união e de reconstrução”, disse.
Ele volta ao Rio Grande do Sul nesta quarta, ao lado do presidente Lula. O blog procurou Paulo Pimenta, que não retornou até a publicação dessa reportagem.
Autoridade federal
Ministro confirma ‘autoridade federal’ até o fim da calamidade no Rio Grande do Sul
Em uma reunião ministerial desta segunda-feira (13), Lula sinalizou aos ministros que pretendia anunciar a criação de uma autoridade federal no Rio Grande do Sul. O objetivo é ter um coordenador do governo federal na ajuda aos trabalhos de reconstrução do estado, representando o presidente nesse processo.
Além da criação da autoridade federal, Lula anunciará nesta quarta-feira (15) medidas de auxílio direto aos gaúchos afetados pela tragédia.
Entre elas, uma linha de crédito para pessoas físicas com a União como garantidora e também uma espécie de “voucher” pago em uma parcela para ajudar a população que perdeu tudo a recomprar os bens que perdeu.