O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em evento em São Paulo neste sábado (29) para anunciar a extensão da linha do metrô, disse que não poderia falar o nome do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à prefeitura da cidade. Lula, que apoia Boulos na disputa, citou o fato de já ter sido multado pela Justiça Eleitoral por propaganda antecipada.
Boulos estava no evento, que ocorreu no Jardim Ângela, zona sul da cidade, e fez discurso no palanque um pouco antes de Lula.
Boulos estava entre as autoridades do evento, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Camilo Santana (Educação) e Jader Filho (Cidades).
Ele foi chamado a discursar como deputado federal. Em sua fala, Boulos fez um discurso em que enfatizou as políticas de Lula para a população mais pobre e a necessidade de assistência às regiões periféricas da cidade.
Quando foi a vez de Lula, o presidente também ressaltou as ações para os mais pobres. Quase no final, a plateia pediu para ele mencionar Boulos.
“Eu não posso falar o nome do Boulos, porque já fui multado uma vez. Não posso falar”, disse o presidente, diante de pedidos da plateia para que ele mencionasse o pré-candidato, também presente ao evento.
Na ocasião, Lula e Boulos também dividiram o palanque em São Paulo. O presidente classificou a eleição deste ano em São Paulo como “verdadeira guerra” e pediu para que seus eleitores votem no deputado na disputa para a Prefeitura da capital paulista.
O juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, do Tribunal Regional Eleitoral de SP, entendeu que houve propaganda eleitoral antecipada e determinou o pagamento de R$ 20 mil para Lula e R$ 15 mil para Boulos.
Alfinetada nas ausências da Tarcisio e de Nunes
Lula também alfinetou as ausências do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Ambos são rivais de Lula no cenário eleitoral e na campanha à prefeitura de São Paulo, em particular. Nunes é pré-candidato à reeleição e é apoiado por Tarcísio.
Pela ausência dos dois, segundo Lula, o termo extensão da linha do metrô não foi assinado.
“Iríamos assinar o contrato [de expansão do metrô]. Mas o prefeito que deu o terreno e o governador não vieram. Para nós, quando queremos fazer investimento, nós não nos preocupamos de que partido é o governador. Nos preocupamos se o povo daquele estado, daquela cidade, precisa daquilo que a gente faça”, disse o presidente.
Viagens pelo país, inaugurações e entrevistas
O evento em São Paulo, em que, além de anunciar a extensão do metrô, Lula também anunciou a construção de um Instituto Federal de Educação, faz parte de uma agenda intensa de viagens do presidente pelo país às vésperas das eleições municipais.