Em nota, a defesa do executivo disse que ele “se encontra em sua residência em Madri, na Espanha, no mesmo endereço comunicado desde 2023 às autoridades espanholas”. E que vai se defender do que chama de “alegações originadas por delações mentirosas” (veja íntegra abaixo).
Investigadores brasileiros que acompanham os trabalhos na Espanha informaram à TV Globo que Gutierrez passou por uma audiência de custódia às 10h deste sábado (29), no horário local (5h, no horário de Brasília).
Com a soltura, Miguel Gutierrez terá de cumprir uma série de obrigações com a Justiça espanhola:
- comparecer em juízo a cada duas semanas;
- entregar o passaporte às autoridades;
- se comprometer a não deixar a Espanha.
Na quinta-feira (27), a Polícia Federal deflagrou a operação Disclosure contra fraudes contábeis nas Lojas Americanas. Segundo as investigações, o rombo chegaria a R$ 25 bilhões. Gutierrez nega irregularidades.
Foram expedidos mandados de prisão contra Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali, uma de suas diretoras — esta seguia foragida até a manhã deste sábado (29).
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Miguel Gutierrez vive na Espanha desde que o escândalo da Americanas estourou, em janeiro de 2023, e tem cidadania espanhola. Seu nome e o de Saicali chegaram a ser incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados do mundo.
O governo brasileiro analisa a possibilidade de pedir a extradição de Gutierrez, para que ele responda pelo crime e cumpra eventual condenação no Brasil. O fato de ele ter cidadania espanhola, no entanto, é um complicador – a Espanha, por regra, não extradita seus cidadãos.
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O que diz a defesa
Os advogados de Miguel Gutierrez divulgaram nota em que confirmam a soltura. Leia abaixo:
A defesa de Miguel Gutierrez informa que o executivo se encontra em sua residência em Madri, na Espanha, no mesmo endereço comunicado desde 2023 às autoridades espanholas e brasileiras, onde sempre esteve à disposição dos diversos órgãos interessados nas investigações em curso.
Na data de ontem (28/06), o executivo compareceu espontaneamente ante as autoridades policiais e jurisdicionais com o fim de prestar os esclarecimentos solicitados.
Diante do acesso aos autos, Miguel agora poderá exercer sua defesa frente às alegações originadas por delações mentirosas em relação a ele.
A defesa reitera ainda que Miguel jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios, manifestando uma vez mais sua absoluta confiança nas autoridades brasileiras e internacionais.